Estresse favorece problemas respiratórios e entéricos em leitões na creche
- Fabíola Dias
- 4 de jan. de 2021
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A creche é uma fase de altos desafios na vida dos leitões em termos de adequação do ambiente, comportamento e nutrição. Essas mudanças repentinas, que incluem separação da mãe, mudanças na dieta e lotação, podem desencadear a elevação dos níveis de estresse e, consequentemente, favorecer a aparição de infecções, especialmente as respiratórias e entéricas.
O risco de diarreia na fase de creche está ligado, principalmente, à colibacilose do desmame (Escherichia coli), bactéria comensal do trato digestório dos animais que, quando na presença de fatores de virulência, associada a fatores estressores, encontra condições de adesão às células intestinais, multiplicação e produção de toxinas, as quais desencadeiam o quadro. Já as doenças respiratórias têm como principais agentes bacterianos a Bordetella bronchiseptica, Pasteurella multocida e vírus, como o da Influenza.
A liberação de hormônios do estresse crônico, como cortisol, leva a um quadro de imunossupressão. Porém, o estresse agudo com seus mediadores (epinefrina e norepinefrina) também é deletério, podendo interagir com os agentes patogênicos presentes, favorecendo sua multiplicação. As chamadas catecolaminas alteram a relação hospedeiro-agente, estimulando o crescimento, por exemplo, de E. coli, Salmonella typhimurium, Bordetella bronchiseptica e Circovírus. Assim, as ações para minimizar o estresse dos leitões são fundamentais para se evitar problemas sanitários.
É comum o uso de antibióticos de forma preventiva nessa fase, embora não seja a solução do problema. Os produtores devem levar em consideração o uso racional, pontual e assertivo do medicamento, mas a redução da pressão de infecção através de um efetivo programa de limpeza e desinfecção, da identificação do início do processo sanitário e a manutenção de animais saudáveis representam os pontos-chave para minimizar o efeito de doenças.
Fonte: AgroNews
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