Rebanho bovino do Brasil supera população e mantém liderança mundial
- Fabíola Dias
- 24 de set.
- 2 min de leitura

O Brasil fechou 2024 com 238,2 milhões de bois e vacas, número que representa 12% a mais que a população do país, segundo a Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM) do IBGE.
Apesar de ligeiramente abaixo do recorde de 2023, o rebanho segue enorme e concentrado em estados como Mato Grosso (32,9 milhões), Pará (25,6 milhões) e Goiás (23,2 milhões). Entre os municípios, São Félix do Xingu (PA) lidera com 2,5 milhões de animais.
O levantamento mostra como funciona o ciclo pecuário: quando a arroba estava em alta, produtores aumentaram o rebanho; com a queda nos preços, houve aceleração no abate de fêmeas para equilibrar oferta e demanda.
Os dados reforçam o papel do Brasil como um dos maiores produtores mundiais de carne e alimentos de origem animal, mostrando que, mesmo com desafios de mercado, a pecuária brasileira segue forte e estratégica para a economia e para a segurança alimentar global. Veja números curiosos sobre outros animais e produtos de origem animal:
Galináceos: 1,6 bilhão de aves, quase 8 vezes mais que os habitantes. Só de galinhas são 277,5 milhões, com o Espírito Santo na liderança.
Ovos: 5,4 bilhões de dúzias, cerca de 305 ovos por pessoa.
Leite: produção recorde de 35,7 bilhões de litros, mas número de vacas ordenhadas caiu, indicando aumento da produtividade.
Suínos: 43,9 milhões; caprinos: 13,3 milhões; ovinos: 21,9 milhões.
Mel: 67,3 milhões de quilos, maior volume já registrado.
Aquicultura: 724,9 mil toneladas de peixes e camarões, 70% tilápia.
A expansão do rebanho: de 100 a mais de 230 milhões
Nos anos 1970, o Brasil contava com aproximadamente 100 milhões de bovinos. O salto de mais de 130 milhões de cabeças em cinco décadas foi resultado de:
avanços em genética e reprodução (como inseminação artificial e cruzamentos); melhorias em gestão de pastagens e integração lavoura-pecuária; políticas públicas e crédito rural, que viabilizaram a modernização da atividade. Esse movimento consolidou o país como potência tanto em carne quanto em leite, com sistemas produtivos cada vez mais tecnificados.
Apesar de o Brasil ostentar o maior rebanho comercial de corte, a Índia ainda possui o maior número absoluto de bovinos no mundo, com mais de 300 milhões de animais. A diferença está no uso: lá, os bovinos são considerados sagrados pela tradição hindu, o que restringe o abate e direciona a produção para leite e tração.
Nos Estados Unidos, por outro lado, o rebanho é menor, em torno de 89 milhões de animais, mas a produtividade por cabeça é elevada, graças ao uso intensivo de tecnologia e sistemas de confinamento.
Carne e leite: duas faces da pecuária brasileira
Quando se fala em bovinos no Brasil, a primeira associação costuma ser com a carne. E de fato, o país é líder mundial nas exportações, abastecendo mais de 150 países e movimentando bilhões de reais.
Mas a pecuária leiteira também tem peso relevante. O Brasil está entre os cinco maiores produtores de leite do mundo, com destaque para Minas Gerais, Goiás, Paraná e Rio Grande do Sul. A produção nacional ultrapassa 35 bilhões de litros por ano, atendendo ao consumo interno e garantindo a base para derivados como queijos, manteigas e iogurtes.
Assim, o rebanho bovino brasileiro é estratégico não apenas para exportar carne, mas também para garantir segurança alimentar e abastecimento interno de lácteos.
Fonte: Achei USA e Compre Rural























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