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Já ouviu falar em ignorância estratégica?

  • Foto do escritor: Fabíola Dias
    Fabíola Dias
  • 7 de out. de 2019
  • 1 min de leitura

Em 2004, a multinacional farmacêutica Merck retirou do mercado seu remédio Vioxx, indicado para doenças articulatórias, devido ao risco de causar problemas cardiovasculares. A rápida retirada, de maneira voluntária pela empresa, de uma droga que no ano anterior havia gerado U$ 2,5 bilhões (R$ 10 bilhões) em vendas foi elogiada como um exemplo de prática farmacêutica responsável.

No entanto, um mês depois, o jornal americano The Wall Street Journal publicou e-mails vazados indicando que os executivos da Merck sabiam dos riscos do remédio havia anos.

Para a canadense Linsey McGoey, autora do livro The Unknowers: How Strategic Ignorance Rules the world ("Os desconhecedores: como a ignorância estratégica rege o mundo", em tradução livre), o caso Vioxx é um exemplo de como pessoas, empresas e governos optam por ignorar informações para benefício próprio. Ela chama esse fenômeno de "ignorância estratégica": A habilidade de explorar o desconhecimento para ganhar mais poder.

No caso da Merck, ficou claro que os executivos da empresa escolheram ignorar os riscos do Vioxx e distorcer resultados de testes para favorecer a sua aprovação junto da Food Drug Administration (FDA), a agência de vigilância sanitária análoga à Anvisa nos EUA. Um teste realizado em 1999 comparando Vioxx com o anti-inflamatório naproxeno apontou que Vioxx apresentava menos efeitos gastrointestinais que o naproxeno, mas também um risco 80% maior de reações cardiovasculares adversas, incluindo risco de morte.

Em seu livro recém-lançado, a socióloga vai além dos casos da indústria farmacêutica e aponta como a ignorância é explorada por diferentes grupos para fins políticos em governos, decisões jurídicas, na mídia e até nas mais influentes teorias econômicas.

Fonte: BBC Brasil

 
 
 

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