Tuberculose bovina: ameaça silenciosa e sem cura
- Fabíola Dias
- 17 de set.
- 2 min de leitura

A tuberculose bovina é um dos maiores desafios enfrentados pela pecuária nacional. Silenciosa e sem cura, a doença causada pela bactéria Mycobacterium bovis provoca perdas bilionárias ao setor, pois desabilita lotes inteiros de gado para exportação. Além do impacto econômico, trata-se de uma zoonose, ou seja, também pode ser transmitida aos seres humanos, elevando a gravidade da questão.
A doença é infecciosa e crônica, caracterizada pela formação de lesões (granulomas) nos órgãos dos animais. O grande problema está no fato de ser, em muitos casos, subclínica: o bovino infectado aparenta estar saudável, mas transmite a bactéria ao rebanho e ao ambiente por meio de secreções, fezes e urina. Sem cura e sem tratamento disponível, a única solução diante da confirmação da doença é o sacrifício imediato do animal, medida necessária para impedir a disseminação da bactéria.
O diagnóstico positivo de tuberculose em apenas um animal pode resultar na desclassificação de todo o lote para exportação, gerando prejuízos milionários ao produtor. Esse efeito dominó atinge diretamente a competitividade do Brasil no mercado internacional de carnes, já que importadores exigem garantias sanitárias rígidas. Para o pecuarista, a perda envolve não só o valor da engorda, mas também todo o investimento em sanidade e manejo, inviabilizando a comercialização em mercados mais rentáveis.
Prevenção para turberculose bovina: a única arma contra a doença
Com a impossibilidade de cura, a prevenção é a principal ferramenta no combate à tuberculose bovina. Entre as medidas destacadas por especialistas estão:
Certificação sanitária: exigir atestados emitidos por médicos-veterinários garantindo que o gado esteja livre de tuberculose e brucelose.
Teste de tuberculinização: realizado por profissionais habilitados, permite a detecção precoce de animais infectados.
Higiene das instalações: limpeza e desinfecção constantes reduzem a sobrevivência da bactéria no ambiente.
Ronda sanitária diária: acompanhamento próximo do rebanho para observar sinais suspeitos e agir com rapidez.
Instituições como o Instituto Biológico de São Paulo oferecem diagnóstico especializado e fornecem antígenos para a realização dos testes. Além disso, empresas do setor desenvolvem materiais de apoio, incluindo e-books, para orientar produtores sobre boas práticas de prevenção.
Por ser uma zoonose, a tuberculose bovina também representa risco à saúde humana, especialmente para trabalhadores rurais e pessoas em contato direto com o rebanho. O consumo de produtos de origem animal sem inspeção adequada amplia ainda mais o perigo.
Fonte: Compre Rural























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